Na axilla della – caracóis dourados.
O corpo adormecido, turista na minha cama pouco
frequentada e mal habitada; não está feita (ultimamente, não me chego a levantar realmente);
Respira ao ritmo de Morpheus,
sopro refratado num vibrato seco (apenas com uma pedra de gelo
e uma suculenta azeitona verde num florete de alumínio) mínimo,
cuja fina ponta trepida por dormir
com ela junto à boca
cuidadosamente envernizada; abrir-se-ia ontem
para tudo menos deslindar ou conversar
pistas das hipotéticas reminiscências
daquela fata ali dormida
adormecida, centelha
nunca antes me tivesse visto ou posto a vista assídua;
tampouco tinha eu, que já não dormia
a certeza de que realmente se polvilhasse ao meu lado.
O som da praia, artifício de seu iPhone,
onde ondas e gaivotas tocaram um par de horas
antes de lograr acordar seus membros,
também eles loiros, agitando
a varinha mágica da farda azul;
Perguntou-me: se sabia há quanto tempo tocava
o instrumento incauto; eu não sabia
nem que estava no meu próprio quarto
pois as dores do sol e da areia, cremosa a brisa,
o som do sopro de um nome que corta, tal machado
não só não me olha, mas também me não vê:
The gaze – como dizem os ingleses; tinha-me agarrado
nas mãos da noite anterior para dançar.
A expressão que me acusava ser
tímido e acabrunhado
Segurou em mim adoptando a minha armadura frágil,
sem dizer uma palavra (aliás, toda e qualquer troca de palavras
foi para-verbal;) à excepção
de um risinho aqui e ali
enquanto me segurava a mandíbula,
com a leveza própria de quem cuida de crias
de coelho; permitindo que retribuísse
o mesmo gesto táctil na sua pele viva
onde chocavam focos coloridos e vibrantes
da pista do único bar da cidade/ não-lugar
onde nos podiam encontrar a dançar.
Suspirava algo que não se esquece; (não me tivesse
dado o calor que dá quando se bebe poncha de alperce
alarvemente, no Algarve) ao sol; a cor
dos lábios daquela inconformada
com as onze horas no pulso; de madrugada
caíra avulso, mesmo depois de beijar três
ou mais (beijos longos de esposa mãe) que arrastava; feita morgana
farta nos escombros de azul; engana-
-me a mim e aos meus marinheirismos
parcos, que sem arte ou engenho
navegam os lençóis antigos, céu limpo;
Abate-se sobre a grande cama
onde agora só a mim encontro;
julgo que não volta mais; (salvo
quando lembro suas serviçais
papilas gustativas); que cuidaram
algumas feridas que por aqui cirandam.
There was a lot of noise so I couldn’t answer.