<strong>Pérolas a mim</strong>
“Ensinar, hoje, é atirar pérolas falsas a porcos verdadeiros”. PUA – Professor Universitário Anónimo Ao longo da minha vida, espalhei várias pérolas pelo mundo. Agora chamo-as a mim. Todos os meus tesouros escondidos, todas as minhas bolotas e pedrinhas favoritas, os meus livros por ler. Todas as epifanias, todas as cartas enviadas em garrafas para […]
Notas do Arquivo
Se quisermos traçar a genealogia desta imagem, teremos de recuar até aos anos de Berlim, entre 1892 e 1896 quando Slavick conhece o pintor norueguês Edvard Munch (1863–1944) (1). É através dele que sabe do paradeiro de uma pintura de Caspar David Friedrich (1774-1840), Das Eismeer (1823/24), que estaria em Dresden na posse de um […]
Osso Vinte e Sete
COLABORAM NESTE NÚMERORui Vitorino Santos | Primeira página | DesenhoLuís Januário | A betoneira de Bencanta | Baseado numa história verídica & Sinestesia sexualOstraliana | Três temposAndreia M. Silva | Caixa Alta | Martha Mendes – Quantas palavras cabem numa mulher assim?Hélio Barata | Mercado de futuros | Comércio justoFrederico Martinho | O Desplante | […]
<strong>Memórias das sombras</strong>
As gavetas são lugares onde a memória se aconchega e o passado acorda quando as abrimos. Desta vez, o passado saltou sob a forma de um postal. O passado dos meus vinte anos. Um dia, por meados de 1962, entrei, como habitualmente, na Brasileira e o Sr. Henrique disse-me: tenho aqui um postal para si. […]
Três Tempos
MICRO ONDAS VI
Ao cão encontrou-o o inglês, badalo suspenso no lado exterior do muro que limitava a casa, prendera-se-lhe a trela ao salgueiro, três voltas perfeitas, um corpo estirado e frio contra uma brisa morna que lhe levantava o pêlo. Uma brisa que agitava as folhas arrancando-lhes um trémulo lamento e, num raio não superior a 5 […]
<strong>Comércio justo</strong>
Sicrano abriu a gaveta do balcão e reparou que não havia chocolate negro. Pensou que talvez o tivesse guardado no sítio errado, uma atitude que não lhe era própria mas que, em bom rigor, não podia excluir. Uns anos antes, tinha pendurado a toalha de secar as mãos no gancho da toalha de secar a […]
Martha Mendes – Quantas palavras cabem numa mulher assim?
Foi através delas – as palavras – que Martha conseguiu fazer de uma rede social um espaço onde (ainda) há encontros bonitos, mesmo que as opiniões divirjam e os caminhos nunca se cruzem. Foi através delas, também, que se foi dando a conhecer da forma mais genuína. Sem filtros, sem a presença física – apenas […]
<strong>Boa demais</strong>
Dói. Sofro demais. Vejo como sou exagerada perante outros. Porquê? Porque sou feita de carne. Porque o que sinto é através da carne. A carne é o meu pulsar emocional. Se não me toca a carne, não me toca. Vejo o mundo com o corpo. Ou sou cega, indiferente. Como significar uma informação abstrata sobre […]
<strong>À procura de uma imagem</strong>
Ando à procura de uma imagem. Ando à procura de uma imagem que condense o labor de um percurso em que os desvios já se interceptam numa recorrente coincidência das formas. As figuras do mundo já não se resumem a entidades dispersas: uma sombra ali, uma ruína acolá. As divergências já não se diluem em […]