Longas as paragens
Por onde demora a língua
Que diz da abundância do coração
Árvore donde cai o fruto do dia
Sobre pés miúdos perguntando
«— Dá licença, minha mãe?»
«— Quantos passos?»
Daqui até outro silêncio
Somando riscos
Falhando casas
Passos gigantes destroem sementeiras
Os de formiga são avaros
À caranguejo resultam em 1 silêncio a 2
Os de tesoura cortam a meio
O rasto que se quer inteiro
Palpitações taquicardias arritmias síncopes
De quantos códigos, minha mãe?
Se compõe uma paragem obrigatória
E deste sopro o que vem?
Ilustração de Diogo Bessa