Como sou bela, diz a flor amarela,
como escrevo tão bem, dou uns erros
de português, mas que importância tem
isso quando escrevo coisas tão belas,
diz a flor amarela. Escrevo tão bem,
ou melhor, do que a flor amarela
e preta, que, de resto, não sabia pôr
as palavras a seguir umas às outras
e depois fingiu que era de propósito.
Mas o traço preto que as distingue,
vendo bem, é quase imperceptível,
tanto uma como a outra têm em comum
o facto de se acharem absolutamente
geniais e incompreendidas. Há tantas
e de tantas cores que se se juntassem
num tapete de alto a baixo fariam
desta província de merda junto ao mar
finalmente um belíssimo jardim.