Cesteiro que faz um cesto
faz um cento
— diz o comissário Terezo
ou o DI John Williams
nome de escritor
quando procura um padrão
na série de crimes
que investiga.
O DI Williams não pode dizer isto
porque os basket weavers
não fazem cem cestos no UK.
Mesmo o colectivo de Jacarta
que deu o mote à que seria a última
Documenta de Kassel
e criou a ideia de lumbung
“um modelo económico e artístico de cooperação
e aproveitamento de recursos”
mesmo esse
recorreu ao trabalho de artesãos
que fizeram um único e monumental
cesto
e aliás não iriam
a Kassel.
Cesteiro que faz um cesto
não deveria fazer um cento.
Assim o crime poderia ser
quase perfeito
— confundindo o comissário Terezo
e menos o DI Williams
conhecido por Stoner entre colegas
por procurar sem êxito um padrão
para os crimes em série
da sua área de Warrington
entre Liverpool e Manchester.
Deveria fazer apenas
um cesto
mostrando conhecer as regras
de mercado
e evitando o escândalo de se usar
lindos cestos de vime
com ar de antiguidade rural
servindo de base
para o cabaz de natal
com queijo vinho paté e
enchidos de qualidade
acamados em palha prateada
e destinados ao lixo comum
que não há cor para a reciclagem
da madeira