Uma advertência.
Osso 17, o primeiro dos seis que vão ser editados este ano, até finais de Março, tem excepcionalmente 20 páginas para acolher a produção alargada dos 13 colaboradores deste número.
Há muito para ler, ver e ouvir.
Para os leitores que lêem todos os artigos de fio-a-pavio, deixamos um lamiré – a 3/4 do fim, um “j” gutural de um tempo verbal, argentino no original, difundido na última emissão da Rádio Osso, foi agora grafado, no Osso escrito, com “f” e posto na fala de Mariana, para mantermos incólume a aura do vetusto radialista.
Para os leitores pepe-rápido, de quartos ou meias leituras, se os houver, deixamos uma espécie de cábulas, treze, que garantem os mínimos de leitura de cada um dos artigos.
Cábula #Frederico Martinho
Quando se lê: “Vou no comboio: destino: passagem de ano.”
Pode ler-se até: “Todos inspiram, expiram, inspiram, expiram, inspiram, expiram.”
Cábula #Hélio Barata
Quando se lê: “Fugiu.”
Pode ler-se até: “é porque nunca pôde fazer outra coisa.”
Cábula #Paulo Ventura Araújo
Quando se lê: “Cais da Madalena, sete da tarde de um domingo de Agosto”
Pode ler-se até: “Robinson Crusoé não quereria outra vida.”
Cábula #Luís Januário
Quando se lê: “No início dos anos 60, nas férias grandes, não havia nada para fazer”
Pode ler-se até: “em salas como aquela em que lia, num primeiro andar da rua das Fangas.”
Cábula #Andreia M. Silva
Quando se lê: “Um dia cansou-se.”
Pode ler-se até: “Está tudo preocupado em contar a sua história e pouco interessado em ouvir a do outro.”
Cábula #Ana Paula Inácio
Quando se lê: “Não são trinta e seis as gavetas”
Pode ler-se até: “Um voo novo para outra folhagem”. Pode ver-se a ilustração de Diogo Bessa. Pode ouvir-se o ficheiro audio.
Cábula #Morticia Serra
Quando se lê: “Pareces uma camponesa portuguesa.”
Pode ler-se até: “As camponesas existiam antes da mulher ser inventada.”
Cábula #Pichón
Quando se lê: “— Boa tarde a todos os ouvintes da Rádio Osso, a emissora da revista sem linha editorial.”
Pode ler-se até: “— Já sei. O seu namorado também.”
Cábula #Adelaide Chichorro Ferreira
Quando se lê: “estatuto / estatuto / estatuto / estatuto / estatuto”
Pode ler-se até: “e nenhumas / ninhadas”. Pode ouvir-se o ficheiro audio.
Cábula #Ostraliana
Quando se lê: “Porque é que temos moscas da fruta?”
Pode ler-se até: “desculpa…”
Cábula #David Sarmento
Quando se lê: “Biblioteca imaginada #3”
Pode ver-se a biblioteca imaginada #3
Cábula #Amândio Bastos
Quando se lê: “UƎSUM”
Pode ver-se o que se vê ao sair do Museu
Cábula #Francisco Feio
Quando se lê: “Notas do arquivo”
Pode ler-se até ao final da última nota de rodapé
Na capa, o osso Semilunar, “um osso da mão humana, que pode ser reconhecido pela sua grande concavidade, em forma de semi-lua”.
COLABORAM NESTE NÚMERO
Adelaide Chichorro Ferreira | Porquê parquet?
Amândio Bastos | UƎSUM
Ana Paula Inácio | As gavetas
Andreia M. Silva | Miguel Gouveia: A leitura é um ato de resistência
David Sarmento | Biblioteca imaginada #3
Dr. Pichón R. | Fubar generation
Francisco Feio | Notas do Arquivo
Frederico Martinho | Reverberações
Hélio Barata | Salvatore
Luís Januário | HCESAR (OPZ)
Morticia | Fantasia
Ostraliana | Três Tempos
Paulo Ventura Araújo | Cagarros no canal