Número 2

24 de Abril de 2021

OSSO Dois

CARLOS JÚLIO

Acreditamos que dois ossos dão lastro suficiente para que não surja extemporâneo o repto que lançamos hoje: – aceite o clarividente leitor um exercício de adivinhação e deduza Você Mesmo os temas dos artigos do OSSO Dois.

É fácil.                

Começando por Andreia Silva, duas vidas notáveis, uma em plena Beira Serra, outra no palco do mundo – qual a nova entrevista? Dica: povo que canta (remake).

O Dr. Pichón, depois do sling e do andarilho de bebé – falará de quê, na terceira conversa radiofónica num andamento allegro moderato até molto vivace? Dica: peça de vestuário de interior, usada desde o século XIII em França, de onde veio a palavra.

Luís Januário, velocista com pergaminhos, inspira a cada volteio, as pedras da igreja, o linguajar irritante que a todos contamina – o que o inspira à terceira pedalada? Dica: La petite danseuse.

Ostraliana, recusou o amor em 3 tempos e em 3 tempos estatelou o camelo leitor – qual o movimento em Opus 3? Dica: Letra L, de cravo vermelho.

M. Silveira Fernandes, os grafitti no pilar da A57, palimpsestos de tempo contrários a espaços imaculados, as gaiolas da periferia, correlacionáveis com a compactação do consumo (e do lucro) que move o capitalismo – qual o novo alvo? Dica: a química da indústria e a química dos corpos representam ambas uma ameaça ao(s) ambiente(s).

Rita Serra, sem as imagens de suporte nem a parcimónia de M. Silveira, mas igualmente dada a intrincadas temáticas – a simbiose natureza/nós.feitos.de.carne, fungo/alimentação.do.réptil.sem.idade – qual a nova metáfora para nos pôr a pensar? Dica: nome de um livro de Sartre que não leu nem sabe do que se trata.

Frederico Martinho, proclamou-se sem vergonha e ousado no primeiro número e declarou no segundo que “o que há de mais honesto é a antinaturalidade das coisas” – que desplante oferece hoje? Dica: “Não me interpretem mal, são agora quatro e meia da manhã.”

Francisco Feio, a exploração do espólio de um artista, viajante, escritor, o alter ego Slavick, homem de vastos interesses e saberes que se correspondia com as sociedades científicas do final de oitocentos – depois do quimigrama, qual a preciosidade seguinte? Dica: Fritz Mayer van den Bergh.

Na capa, o Etmóide, do grego ETHMOS, peneira, um osso muitíssimo leve por onde passam os ramos do nervo olfatório, explicou a fiel leitora.


SOLUÇÃO: