Depois de calcorrear um mórbido terreno,
Eivado de aparas de parra e erva daninha,
Sento-me numa napa amarelinha
como a Bemposta barragem.
À minha frente, de par em par, um peixe aberto:
“Sucos frescos — Esfolio as papilas com seus cristais,
(parcos, porém, para não toldar a pureza)
do gosto a flor do mar”
A razão não tem lugar num pensar redondo,
Que à laia dos sentidos,
se presume científico.
Mesmo que o rejeite, vive,
No deserto do ser.
Vaticinió.
Contrafeito, raciocínio, baldio
e sem alma está
lá porque está
É-o, porque o é
Como uma partida à melhor de três.
Numa sala enfumarada, um vício
que já nem tinha
veja-se
a luz que brota da copa
dessa cozinha.
Sirva-se das palavras para pintar os espaços
vazios das flores num vaso
palimpsesto de um filme-haiku.
Ora vejam bem como a minha tarefa,
fica aquém de concluída. Comecei,
Pelo fim, pois.
Hábito presunçoso este de deambular
Ao ar árido. Desejo,
Matemático. Certezas
(Alto aí, de certezas não posso falar. Certezas são pétalas).
Fico-me pelo peixe do mar!
Que ainda há pouco se esvaiu,
Para que agora me deleitasse…
Dei o ar da minha graça.
Escolha bem os amigos e as palavras,
antes de pensar,
não vá dizer o que realmente pensa.
E o seu ofegar latente, é da pureza a pedra
de toque.
Perda.
“Perca”. Como alguns dizem.
“Perca”, só se for do Nilo.
Este, é robalo de mar, só
Com três pedrinhas para não lhe adulterar
o sabor. Oh!
Mas este sabor não se dissipa…
Por mais que eu tente, e nem cheguei
a tocar-lhe com os lábios.
Do seu traço trigueiro atira
facas que assobiam antes de entrar:
“ssssssssssssssssssssssssssss — STOCK!”
estava já eu conformado
…………………………………
e prontinho para me esticar
…………………………………
antes de ser embebido.
Ideal para marinadas.
Deixar de um dia para o outro.
E vai ver.
O que acontece.
Meu cabrão.