Quando se aproximou de um determinado nível de abstração, apercebeu-se que deixava de ser possível lutar por, apenas contra. Não se luta por uma ausência, luta-se contra as presenças que, à mínima distração, se instalam, por infiltração ou inundação, consoante uma conjugação de múltiplos fatores que poderão merecer análise noutro espaço-tempo. Não se luta pelo silêncio, mas contra o ruído, pela paz, mas contra a guerra, pela morte, mas contra a vida. Munido deste novo modelo de ação coletiva, correu o mundo a pregar a sua filosofia por centros de conferências desprovidos de alegria revolucionária. O insucesso desta sua empresa transformadora deixou-lhe como única opção dedicar o resto da vida ao mal da escrita, que acabou por ocupar o espaço de uma ausência indeterminada a que nunca dera um nome e pela qual, por uma questão de necessidade e universalidade, nunca tinha sido possível lutar.