
Em virtude dos recentes processos de recomposição das cidades ocidentais, é comum ter contacto, hoje em dia, com uma unidade “vizinhos” composta por um casal com um filho sub-16 que vai de férias, por períodos até duas semanas, num carro utilitário. Surge, inevitável, a pergunta: como conseguem? Conseguem porque são promíscuos e cedem ao desmazelo, e não em resultado da parcimónia, como seria legítimo pensar e é muitas vezes afirmado por pretensos especialistas. Transportam consigo uma única embalagem de gel de banho (com parabenos), como se as suas necessidades cutâneas fossem iguais; usam o mesmo recipiente (de plástico) para tudo — de manhã os cereais, de tarde a salada de feijão frade enlatado, de noite para bater os ovos da omelete; alternam entre dois pares de sapatos; dormem com a mesma t-shirt todas as noites; e não levam consigo um ferro de engomar. Embora devamos tratá-los com a humanidade e o respeito devidos ao próximo, não podemos esquecer que alcançam a compacidade por não terem regras nem método, que são como crianças, anarquistas apostados em destruir a economia mundial. A curiosidade que suscitam não deve obstar a que se lhes dedique uma distância higiénica.