Ode ao baço

Vejo-me de trouxa em riste, espécie de swagman, em viagem. Secura brutal. Sem água nem aragem, penso na personagem da canção australiana e no quanto me daria jeito um bilabong. Falta-me um transporte de asa ou escama, um ascensor silencioso que vá um pouco mais além. Falta-me a vertigem do sol quente sobre a pele […]

The tailor

Um auto-retrato, a pintura, a fotografia e um cavalo the tailor, de São Trindade, consta de um conjunto de  fotografias à volta da reconstituição da lenda de Lady Godiva, tendo por base a pintura homónima (1897) de John Collier (1850-1934) de inspiração pré-rafaelita. Mais que uma estética, o que a autora retira deste movimento é […]

o corpo (e o) manifesto

I o corpo dado à vidaa ela pertencea vida entra pelo corpo dentroempurra-opor vezes quebra-sesentadosde coração abertonavegamosnesse mar de caosem que desaguámosà nascença da vida falo e falarei— não conheço outra:só esta floresta obscuraem que vogamos II pintava pessoas tão ínfimasque não notam sequercomo são facilmente substituíveisumas Macabéas para todo o serviçoe nenhum préstimo passemos […]

Lee Remick

Estive para casar com a Lee Millerou a Lee Remick, já não sei,acabou por não acontecer.A vida dá voltas mas voltaao mesmo lugar, como um teleférico.Em momentos de abatimentohavia ainda assim o ânimo vagoda Lee Miller ou da Lee Remickque me estavam prometidas,uma delas ao menos, não sei qual,à medida que as suas imagensme acompanhavam […]

Corpo no Es/passo

À passagem do corpo, os espaços nunca mais serão os mesmos. O espaço é na sua origem uma grande sala de espera do corpo. Um campo de caminhos em potência, onde as distâncias vazias entre pontos são preenchidas por todas as construções do corpo em movimento. O espaço é o corpo em movimento, onde cada […]

somos osso, somos?!? osso somos.

Não saberia precisar o momento em que as coisas começaram a correr mal, num desvario galopante que ainda hoje o confunde. Terá, talvez, sido o assunto indicado no email – OSSO – a desencadear os factos, mas os tempos não batem certo porque, nessa altura, ele já andava à volta com os palíndromos, a traduzir […]

“… A. escrutinou a paisagem, árida, lívida, levemente ondulante, semeada por uma tundra não-tundra que o vento-que-não-soprava, se soprasse, não agitaria, apenas preenchida por ecos-fantasmas, reverberantes, surdos, levemente ondulantes. Imaginou um refúgio. Azul, azul-refúgio.” Anónimo, Sec. XXI

Por falar em osso…

Volto a perguntar a mim mesma, porquê um teatro do corpo? E que corpo é este, que vibra e ressoa no teatro? PinosAos 18 anos entro no TEUC, com gessos nas duas pernas, após uma cirurgia aos pés. Um primeiro laboratório pôs todos os jovens aspirantes a atores a fazer pinos em uma semana. Aí […]