O vento não move moinhos
Mas as hélices das eólicas cortam
O silêncio metálico das manhãs
Que dói nos dentes
As eólicas não geram quixotes
Sanchos vão plos caminhos
Por onde os pensamentos
Como cão molhado
Salpicam a boca de versos
O coração atleta evita rimas
A pele esticada
Até a pétala ser estilete
Recolhe o que a noite gastou
Já o dia morde
Com a fúria de uma arma
Carregada de destino
Ilustração de Diogo Bessa après @o_deambulador