Entre os Ossos é um número especial da revista Osso que tem como referência temática o Corpo.
14 convidados, 14 abordagens do corpo: ficção, poesia, ensaio, fotografia, desenho, um poster, uma banda desenhada, um mapa escolar.
O que ler em Entre os Ossos?
“Os fantasmas da noite”, Abílio Hernandez – o corpo insone confortado pela literatura: o fluir do pensamento em estado de vigília não voluntária, o louvor da escrita e da leitura, a celebração do livro.
“Somos osso, somos ?!? osso somos”, Maria Manuel Viana, aka MM- o corpo ficcionado: uma micro-narrativa que talvez inicie um novo género literário, a ficção paranóica; um ser partenogénico às voltas com palíndromos ou o elogio da escrita e da tradução enquanto reescrita.
“Ode ao baço”, Vanda Ecm – um corpo divagante: a vida em construção por entre canções e intertextualidades, onde o baço supera o coração e, quiçá, os melancólicos os românticos.
“Da melancolia”, Diogo Vasconcelos – um corpo musical: o percurso de Mr. Herbert Quain (o das nossas vidas?) marcado pela nostalgia e melancolia do passado em assombração, mas que não desiste de desejar o Futuro.
“Interagir sem máscara”, João Condinho – o corpo pandémico: uma banda desenhada, apontamento oportuno sobre o individualismo dominante/delirante actual.
“A Casa da Vida”, Carlos Antunes e Désirée Pedro – o corpo abrigado: num poster, uma proposta integrada no projecto Still Cabanon de uma casa/refúgio, exoesqueleto desenhado de dentro para fora à medida dos corpos, onde a verticalidade é o eixo dominante.
Fotografia sem título, José Pedro Reis – um corpo sem abrigo: anónimo do sec. XXI que se imagina num refúgio Azul, azul-refúgio, que na edição impressa, e na vida, é cinzento.
“Lee Remick”, Pedro Mexia – o corpo entre amigos: um poema com figuras históricas das artes, amigos que não conheceu.
“O corpo (e o) manifesto”, Rosa Oliveira – o corpo sem amigos: a vida, mar de caos, floresta obscura, pessoas ínfimas e o desprezo, poema metáfora com lágrima apensa.
“Dor Nenhuma Ilumina a Luz “, Sebastião Resende – o corpo no oriente: fotografia de um objecto ósseo pertença do autor, contendo a inscrição de um haiku de Matsu Basho.
“Por falar em osso…”, Joana Pupo – o corpo no palco: o trabalho da actriz, vibrar a pele, o músculo e o osso, a actriz que se inventa a si mesma e ao mundo onde vive.
“A minha quarta encarnação”, António Olaio – o corpo em performance: uma série de 69 desenhos ou a possibilidade de auto-representar a permanente mutação, desenhos que fixam a passagem de umas formas às outras do corpo que se transforma em cada encarnação.
“The tailor”, São Trindade, com texto de Francisco Feio – o corpo desnudo: auto-retrato encenado, com referências à pintura e com recurso ao desenho e escultura; a capacidade narrativa das imagens (a lenda da Lady Godiva, o voyeurismo).
“Corpo no Es/passo”, Os Espacialistas – o corpo no espaço: um mapa escolar ilustrado, o corpo enquanto material de construção do espaço, o espaço enquanto corpo em movimento, a errante busca de sentido para a vida, o dia a dia transformado em laboratório artístico.
COLABORAM NESTE NÚMERO:
Abílio Hernandez | Os fantasmas da noite
António Olaio | A minha quarta encarnação
Carlos Antunes, Désirée Pedro | A Casa da Vida
Diogo Vasconcelos | Da melancolia
Joana Pupo | Por falar em osso…
João Condinho | Interagir sem máscara
José Pedro Reis
Maria Manuel Viana aka MM | somos osso, somos ?!? osso somos
Os Espacialistas | Corpo no Es/passo
Pedro Mexia | Lee Remick
Rosa Oliveira | o corpo (e o) manifesto
São Trindade | The tailor
Sebastião Resende | Dor Nenhuma Ilumina a Luz
Vanda Ecm | Ode ao baço