Há um canto
num livro
onde as impressões
de uma mulher
de um homem
encaixam na perfeição. Nenhum deles sabe.
Ela sente-se chamada pelo livro e que pequenas luzes se acendem entre as linhas, mas o diagnóstico da diabetes subtrai o mistério à situação.
Ao homem entram-lhe as páginas sonho adentro, adejantes, persegue-as em vão, como um amestrado estudioso de borboletas.
Um livro só conta as histórias que tem escritas, não as que testemunha ou as que se lhe inscrevem. Para as compreendermos precisaríamos de especialistas de áreas ainda por inventar.
«Mas os especialistas estragam tudo.» – encerra a mulher.
O homem gosta de bancos altos em frente ao balcão de um bar, de beber palavras delicadas através de lentes grossas, de calças puídas de bombazina clara, sob gabardinas sujas de alegria.
Ela gosta de cadeiras velhas com braços elípticos, de casas na berma da estrada, de beber chá em copos de vidro.
Na camisola da mulher, as miosótis cedem cor às folhas e ao caule, ganhando os tons mais esmaecidos de outras flores, como se uma mão intervencionista guiasse o curso dos acontecimentos.