Osso 16 a 11, Osso 17 a 25 de Dezembro – lá diz o ditado!, mas não é verdade, Osso 17 sairá em Janeiro.
Dezembro, o mês festivo do consumo. E da luta de etiquetas, entre prendas dadas ou presentes oferecidos. É a luta de classe.
O mês da concórdia. E da luta contínua, entre o dia burocrático ou a resistência ao modo funcionário de viver. É a luta de classes.
Lutas naturalmente presentes neste número da Osso.
Veja-se, leia-se e ouça-se:
Rosa Oliveira, para quem o prometido é de vidro (e Oriana nem sempre é fada), insurge-se: “Por que não pagam aos poetas?”
Rui Apolinário parafraseia uma poeta: “Para que servem os poetas em tempo de indigência?”
Luís Januário, como ele costuma dizer (e diz de viva voz no ficheiro audio): “Lá está, não posso parar de viver para escrever.”
Aracne “aceita ser onda e ser partícula e deixa-se ir rebolar no mar”, para não parar de viver.
Paulo Ventura Araújo, para viver junto dos rios que correm, “imagina largar um barquito de cortiça num rio pequeno”, que não chegará à foz.
Ana Paula Inácio, para viver sem carta, “domina a arte de entrar num táxi”, como Diogo Bessa comprova no banco de trás.
Enrique Pichón, inquieto pelo top de popularidade do namorado de Mariana, adverte: Eu (não) sou especialista em “comités de peritos de SARS-Cov2”.
Ostraliana, optimista, vaticina dentro do hospital: “Vamos ficar todos bem. Ficamos é todos (…)”.
Hélio Barata relata a sua passagem para outro nível de vida, desde que possui uma drusa de ametista.
Francisco Feio vai mais longe no aprofundamento do espólio de Slavick, ao ir escrever a nota do arquivo em Bruxelas.
Frederico Martinho, imbuído do espírito da época, faz-nos a surpresa de lermos O lado invisível do corte no momento em que segue para a gráfica.
David Sarmento, com a sua biblioteca em derrocada, deixa um apelo subliminar: “Vamos às livrarias. Demos e ofereçamos livros!”
E com esta mensagem, a Osso agradece ao Espaço Mira no Porto, à Bruaá-Livraria do Convento em Coimbra e à Livraria-Alfarrabista Ferin em Lisboa, por ajudarem a entregar a capa de fino recorte e os Poemas do Osso aos Estimados Assinantes da 2ª série da Osso que não estiveram presentes no Encontro de Carteiros no passado dia 27 em Coimbra (ver fotografia).
Na capa, o osso Pisiforme, “um pequeno osso do punho, em forma de ervilha”.
COLABORAM NESTE NÚMERO
Rosa Oliveira | Por que não pagam aos poetas?
Rui Apolinário | Um dia assim
Ana Paula Inácio | Taxistas versos Eu
Luís Januário | Lá está
Ostraliana | Três Tempos
Paulo Ventura Araújo | O rio que corre sem aldeia
Aracne | Morticia
Hélio Barata | Drusa de ametista
Frederico Martinho | O lado invisível do corte
David Sarmento | Biblioteca imaginada #2
Dr. Pichón R. | Peritos
Francisco Feio | Notas do Arquivo