Número 9

24 de Julho de 2021

OSSO Nove

CARLOS JÚLIO


Aviso:

“Derivado” à época estival em curso e ao osso da capa, propomos aos prezados leitores duas ciclo-viagens com uma pausa para leitura.

Primeiro, a capa. O osso da capa é o cóccix, “curvo, semiflexível, o último osso da coluna vertebral […] e dói, dói muito”, diz-nos a amável leitora e é verdade, que o digam os esforçados ciclistas que pedalam em pasteleiras do tempo do Carteiro de Pablo Neruda ou em bicicletas de Russell.

A primeira viagem é um quebra-cabeças para o leitor. Pedalar por Konigsberg, a das Sete Pontes, com “um selim confortável e durável da Brooks ou um mais performante da Selle SMP” (PUB). A tarefa é descobrir um caminho que atravesse todas as pontes uma vez e regresse ao ponto de partida, sem nos banharmos, qual Heráclito hidrofóbico, nas águas do rio Pregel (ver a gravura do séc. XVIII).

Melhor é não começar – Euler resolveu o enigma em 1763, não existe esse caminho, e de caminho deu origem à teoria dos grafos, que está na origem dos algoritmos de optimização de rotas, como este que traçou o percurso que cruza várias vezes o Mondego, por certo a melhor sequência para entregar uma embalagem da revista Osso nas caixas de correio dos leitores com códigos postais entre 3000 e 3050 (ver mapa de Coimbra).

A pausa, para a leitura do Osso Nove. A estreia da rubrica de Teatro com as memórias de um espectáculo emblemático da Camaleão, Ridiculum Vitae – Solos para duas actrizes. Um inédito de Ana Paula Inácio na rubrica de Poesia, Até ao osso. Os artigos das rubricas permanentes Poemas da rebentação, de Luís Januário, O osso errado, de Rita Serra, A Crise Humana de Frederico Martinho, A actualidade em destaque, por M. Silveira Fernandes, A má reputação, reclamada pelo Dr. Pichón, a demonstração, em 3 tempos, de que Nem só o músculo é força, a entrevista a Maria João Damas: O desassossego diluído na arte de criar e as Notas do Arquivo do Francisco Feio.

A segunda viagem é trabalho para a equipa Osso. Na Lusa Atenas (PUB), pedalar pelo caminho mais curto, ou o menos penoso, qual carteiro chinês com encomendas made in Portugal (PUB), um objecto de fino recorte – a laser (PUB), as aguardadas capas rígidas para guardar os 12 números da Osso, já em fase de protótipo, novidades-novidades só em Osso Dez (PUB).

Mas o cóccix, ai o cóccix, melhor é não pedalar e seguir pelo caminho mais rápido, que as trotinetes eléctricas, que bom, estão a 0,05€ o minuto (PUB).



COLABORAM NESTE NÚMERO:
Camaleão – Associação Cultural | Ridiculum Vitae – Solos para duas actrizes
Ana Paula Inácio | Até ao osso
Ostraliana | Três tempos
Frederico Martinho | A Crise Humana
Rita Serra | O osso perdido
M. Silveira Fernandes | A atualidade em destaque
Dr. Pichón R. | La mauvaise réputation 
Andreia M. Silva | Maria João Damas: O desassossego diluído na arte de criar
Luís Januário | Poemas da rebentação
Francisco Feio | Notas do arquivo