Número 8

10 de Julho de 2021

OSSO Oito

CARLOS JÚLIO


Numa revista de mafagafos há dez mafagafinhos, quando a mafagafa gafa, gafam os dez mafagafinhos (*)


O nono Osso, o Osso Oito. Um ordinal e um cardinal, diferentes, mas coincidentes. Culpa do Osso Zero, vão ser pretexto para apresentar, pela ordem cronológica do compromisso que assumiram, 8 articulistas + 1 editor da Osso.

 O primeiro, ao cimo à esquerda, uma fotografia de finais de 60, na República Quimbo dos Sobas, um encontro entre Mário Castrim e Alice Vieira e alguns aspirantes e promessas, que o DL Juvenil revelava. À esquerda, de pé, o correspondente do Diário de Lisboa que assinava os relatos da Académica como Carlos Santos, Luís Januário. Hoje, na Canforeira, escreve sobre Escritores, escritores e leitores.

 Dois, Teixeira, anos 70, um ardina diferente – Lisboa. Capital. República. Popular. / O Ponney, olh’ó Ponney, traz o Benfica à rasca. Andreia M. Silva uma entrevistadora diferente – basta-me o perfil e o ambiente; às vezes o que se sente e o que se vê é mais importante do que o que se pergunta. Hoje, em Caixa Alta, a entrevista a um menino contador de histórias.

 Três, um díptico sereníssimo, Frederico Martinho na ilha dos paraísos exóticos, Vléha, repescado da sua primeira aparição no T5, em 2012. Hoje, com o mesmo desplante, escreve para que não se morra no subúrbio de uma palavra.

 Quatro, uma experiência textual e visual explorando uma Máquina do Desassossego de Luís Lucas Pereira, padrinho da Maria Adelaide, construtor do revistaosso.pt, editor pontual. Hoje o Osso Oito e os anteriores no Ossário.

 Cinco, uma impressão colorida, em suporte de vidro, tendo por base uma vista de Sarragalla, a ilha tecnológica do Arquipélago das Ilhas da Sabedoria, a primeira imagem do primeiro lote do espólio de Lazar Slavick que Francisco Feio estuda desde 2012. Hoje uma nova Nota do Arquivo.

 Seis, há dez anos, a preparar Jamais a ordem como quem ordena. Hoje, Monstera deliciosa, o persistente retrato e reflexão do quotidiano, no Casa&Jardim de M. Silveira Fernandes.

 Sete, Os noivos,sem o azul Chagall a sobrevoar o mar nublado de Vléha, Ostraliana, então Marta Sales. Hoje uma ralação, em três tempos.

 Oito, De onde vêm as figuras com que pensamos? Será que podemos aprender a pensar?, pergunta-nos Rita Serra desde Nós, Feitos de Carne. E de novo hoje, emO tempo das máquinas.

 Nove, um frame do radiocast via Zoom transmitido pelo Espaço Mira no Porto, um brinde que calhou à Osso, a dupla radiofónica dr. Pichón/Madalena Zuarte. Hoje, num dueto onde Convém que alguém trema.

 No espaço de POESIA, hoje a Conclusão de Southern Noir, de Susana Araújo.

 Resta dizer que há muito espaço entre os ossos. Espaço para o João, José Pedro, São, Sofia, Abílio, Rosa, Sebastião, Diogo, para a Banda Filarmónica com um cheiro a baço, e mais.

 Já estás a falar demais, lá vem a mafagafa gafar. / Alto e trava a língua, o hioide aqui sou eu – o osso que não se articula com nenhum outro, dito no meio do pescoço, segura a língua

Segura a língua e ilustra a capa.

 (*) Passatempo e treino do hioide: repita 100x  a frase em epígrafe.


COLABORAM NESTE NÚMERO:
Luís Januário | Escritores, escritores e leitores
Susana Araújo | Southern Noir: Conclusão
Ostraliana | Três tempos
Frederico Martinho | Para que não se morra no subúrbio de uma palavra
M. Silveira Fernandes | Monstera deliciosa
Rita Serra | O tempo das máquinas
Dr. Pichón R. | Convém que alguém trema
Andreia M. Silva | José Craveiro: Viver para contar
Francisco Feio | Notas do arquivo