E de repente, chegados a Fevereiro com toda a tranquilidade, eis que brotam no Osso 20 uns jogos florais esplendorosos onde os redactores residentes se enleiam em sã camaradagem intertextual.
Resumo, telegráfico:
Hélio, livre do psiquiatra desde Osso 19, mantem-se inamovível na Rádio Osso, com Mariana na mira.
Morticia, Luís revela, alimenta uma imbricada correspondência entre pares.
Pichón quase precipita Fausto para jogos de bastidores.
Paulo, após a graça com os antigeniais, segue para o deserto.
Ana Paula empresta pecados, até segunda.
“O último grito” de David Sarmento, felizmente, era o penúltimo ou menos.
Frederico debate-se entre o cinema e a televisão.
Ostraliana e Andréia ausentam-se alvoroçadas entre enredos primaveris.
Luís Lucas é mais jantares e tem de imediato a unanimidade do CR.
Louve-se, enfim, o disciplinado Slavick, historiador do espólio do baú, um garante de que o caos não se instalará na Osso.
A causa de tamanho frenesim? O isolamento prolongado? O cheiro a dois meses de pousio, até Maio, até à Osso III? A causa é uma só. É a Primavera em Fevereiro. Sente-se no ar e na Osso 20. Que bom. Leiamos, vejamos e ouçamos.
O Cisne de Baudelaire, o segundo texto de O estrangeiro no lugar do outro, de Abílio Hernandez.
Uma fotografia marinha de Eduardo Basto.
Os desertos já não são o que eram, mas Paulo Ventura não regressa de mãos a abanar.
Uma biblioteca harmónio-pop-up, as suposições cada vez mais optimistas de David Sarmento.
O problema da qualidade do ar que todos nós respiramos, uma abordagem indelével com o cunho de Hélio Barata.
Frederico entra no cinema com a roupa que traz vestida.
A observação das gatas conduz-nos, pela mão de Morticia, à sábia conclusão de que “sem compreender a moeda é impossível conhecer a política.”
Ana Paula cruza pecados com Tonino Guerra, acompanhados pelo poema sonoro e ilustração de Diogo Bessa.
Luís & Pichon, em parceria com Morticia, fundem as suas rubricas e obrigam os prezados leitores à ginástica de leituras entremeadas, certamente benéficas para o cérebro, queremos crer.
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Na capa, o Esterno, escolha da fiel leitora: “Face anterior do torax, caixa torácica. Na sua simplicidade sempre o vi como um protector. Protege o coração os pulmões e grandes vasos. Vital.”
COLABORAM NESTE NÚMERO
Abílio Hernandez | II. O cisne de Baudelaire
Ana Paula Inácio | Se quiseres
David Sarmento | Biblioteca imaginada #6
Eduardo Basto | Um dia assim
Francisco Feio | Notas do Arquivo
Frederico Martinho | Cinema e fuga
Hélio Barata | O oxigénio é alucinogénio
Luís Januário & Dr. Pichón R. com Morticia | O Sapolsky é uma fonte inesgotável de sabedoria
Morticia | Em defesa da gata
Paulo Ventura Araújo | Os desertos já não são o que eram