Fantasia
Fantasia I Pareces uma camponesa portuguesa.Isto dito por um dos meus melhores amigos, estrangeiro.Que frase tão emblemática.Como eram as camponesas portuguesas?Não eram como eu.É muito interessante que eu corresponda a uma ficção de camponesa portuguesa, para alguém estrangeiro.Sou como alguém imagina uma camponesa portuguesa.Sou um produto da imaginação alheia, e da minha própria imaginação.Eu sei […]
Miguel Gouveia: A leitura é um ato de resistência
Um dia cansou-se. Cansou-se da loucura, da pressa, da rotina da vida de professor, de fazer as malas todos os domingos à noite. Miguel Gouveia era professor de Inglês num colégio privado em Carcavelos. Cláudia Lopes, a mulher, era designer em Coimbra. Não iriam prolongar a distância por mais tempo, nem o sonho de criar […]
Salvatore
Fugiu. Ou melhor, voltou a fugir. Desta vez, fê-lo fisicamente, geograficamente. Ninguém sabe onde pára. Já vasculhámos tudo, não há pedra que não tenhamos levantado nem recanto que não revirássemos. Os amigos, os inimigos, as cidades, os campos, os caminhos. A paisagem tornou-se um mapa conhecido ao pormenor, cada pinha, cada marcação na estrada, os […]
Porquê parquet?
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Três Tempos
Notas do Arquivo
Numa manhã de março de 1904, Lazar Slavick está ao largo de Tenerife, a olhar a ilha, a bordo de um velho navio carga transformado em laboratório científico flutuante, fretado por um grupo de exploradores amadores a quem tinha pedido uma boleia até à ilha. Se as ilhas, no geral, sempre lhe suscitaram curiosidade, esta […]
OSSO Dezassete
Uma advertência.Osso 17, o primeiro dos seis que vão ser editados este ano, até finais de Março, tem excepcionalmente 20 páginas para acolher a produção alargada dos 13 colaboradores deste número. Há muito para ler, ver e ouvir.Para os leitores que lêem todos os artigos de fio-a-pavio, deixamos um lamiré – a 3/4 do fim, […]
Um dia assim
“Para quê, perguntou ele, para que servem | Os poetas em tempo de indigência?” Hélia Correia, in A Terceira Miséria, Relógio D’Água Editores, Fevereiro 2012
Biblioteca imaginada #2
Porque não pagam aos poetas?
Bernardim teve um problema grave com a mãesempre ausente sabe-se lá por ondeenquanto ele fazia de Peter Pan em casaonde se travestia de menina e moça.Sá de Miranda bem lhe falou ao coraçãomas Bernardim não parou de sangrar até ao fim dos diasSá de Miranda viajado, vaidoso, eventualmente pedopsiquiatra,o Dr. Sá de Miranda cortesão pedante […]